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Fechamento de sacada: saiba que cuidados tomar

fechamento de sacadasO fechamento de sacadas é uma prática bastante habitual em condomínios. Segurança, privacidade e conforto são alguns dos benefícios mais procurados por quem deseja fechar o espaço.

Feito com placas de vidro, o processo é relativamente simples, mas requer cuidados e deve seguir normas para ser seguro e eficiente. Antes de contratar a empresa que irá executar o trabalho, é necessário consultar a legislação municipal, as regras do condomínio e, principalmente, fazer uma avaliação estrutural com um arquiteto ou engenheiro para saber se a varanda – e o edifício como um todo – suportam a carga extra. A Norma de Reformas da ABNT (NBR 16.280) é a que estabelece as etapas de obras de reformas e lista os requisitos para antes, durante e depois de uma reforma em um prédio ou em uma unidade e precisa ser seguida..

No artigo, vamos falar sobre estes pontos de atenção que precisam ser levados em conta antes de seguir com o fechamento de sua sacada para evitar dores de cabeça no futuro.

Para o fechamento de sacadas, é preciso levar em conta:

 

1. Autorizações

  • Arquiteto que projetou o edifício  o arquiteto responsável pelo projeto do empreendimento precisa ser consultado para que ele autorize a alteração. Como uma obra de arte, o projeto arquitetônico é um trabalho sobre o qual incidem questões relacionadas ao direito autoral. 
  • Construtora – se o edifício ainda está dentro do prazo de garantia da construtora (em torno de cinco anos), também é necessário solicitar a liberação da empresa para o fechamento da sacada. Precisa ser formalmente documentada para que não se perca o direito de garantia. 
  • Condomínio – se não houver regra específica sobre a questão, já liberando a obra, o fechamento precisa ser aprovado em assembleia com quórum mínimo de 2/3 dos proprietários ou até a totalidade. Isso porque, o padrão arquitetônico deve ser mantido como um bem coletivo dos condôminos (o requisito que valoriza o patrimônio). Normalmente, os prédios padronizam e tudo acaba sendo feito por uma empresa só para garantir a harmonia. 

2. Alvarás

  • Prefeitura – também é preciso se adequar às regras estabelecidas pela prefeitura de sua cidade. Se existirem leis que regulamentem a vedação de varandas, um ponto essencial é verificar se a ação gera o aumento da área computável da edificação. A partir do momento em que se envidraça a varanda, a prefeitura pode entender que houve aumento da área construída e, em tese, querer elevar o IPTU da unidade.
  • Secretaria Municipal de Urbanismo – antes da execução do serviço, ainda é necessário procurar a Secretaria Municipal do Urbanismo para solicitar o alvará de reforma. Para retirar o alvará é preciso apresentar a ata da assembleia que aprovou a alteração, assim como o projeto da reforma e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) do profissional responsável por ele (veja mais no item abaixo).

3. Projeto

  • Cálculo estrutural – Outro ponto é que para permitir o envidraçamento, o condomínio precisa de um profissional – arquiteto ou engenheiro – para fazer o cálculo estrutural da obra. O aval é de extrema importância pois vai indicar o projeto mais adequado ao edifício, verificando se a edificação suporta o peso extra de novas estruturas. É uma questão de segurança, necessária mesmo para prédios antigos, já que não é toda varanda que está apta para receber o peso adicional dos vidros. 
  • Auxílio de um arquitetoo acompanhamento de um profissional habilitado no projeto do fechamento da sacada é fundamental para que se garanta a segurança do sistema. Além de emitir a ART ou o RRT, também irá seguir a  NBR 16.280. Ele também irá verificar se a execução está sendo bem feita, como por exemplo, se o guarda-corpo está bem fixado. O profissional também já irá auxiliar os acessórios internos que comporão a sacada – cortinas, cor da parede, quadros, cor de redes de proteção.

4. Aplicações

  • Tipo de vidro e modelos de fechamentoo vidro utilizado deve ser laminado ou temperado, além de deter película anti-estilhaços.  É recomendado utilizar vidro temperado de 8 mm para fechar o espaço – esta espessura é válida para varandas com pé-direito de até 2 metros. Acima disso e até 2,7 metros de altura, devem ser utilizados vidros de 10 mm. O material precisa ser resistente aos ventos (mais de 350 km/h), atendendo assim à norma NBR 16.259 da ABNT. São três os sistemas mais aplicados:

fechamento de sacadasSistema europeu – É o mais vendido atualmente. Permite a abertura total do vão e se adapta a todos os formatos de varanda. As folhas de vidro ficam alinhadas num único trilho por um pivô central. Com um giro de 90 graus, elas se recolhem por completo num dos cantos. A vedação contra água é pouco eficiente.

– Sistema Stanley – De acordo com o tamanho do vão, acrescentam-se mais trilhos por onde as lâminas de vidro podem correr. Assim, a abertura fica quase completa: todas as folhas se escondem atrás de um painel fixo. A distribuição versátil controla o vento de forma especialmente eficaz.

– Sistema versatik – Funciona como uma grande janela, com duas laterais fixas e as lâminas centrais móveis correndo por um único trilho. A desvantagem está na limitada abertura do vão, a menor entre os sistemas. Por outro lado, apresenta a mais alta capacidade de vedação da chuva.

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