Novos Materiais, Por que um arquiteto?

Saiba o que é mais importante na escolha da Caixa D’Água

As caixas d’água são componentes indispensáveis nas edificações de nosso país. Passamos por períodos de estiagem, falta de abastecimento, desperdícios de fornecimento e, principalmente, não temos garantia de pressão suficiente para abastecer as áreas molhadas de uma habitação ou comércio.

Residência PN

Portanto, a instalação da caixa d’água é item obrigatório. Esse componente vai influenciar a estética de qualquer edificação, sendo o “coroamento” da mesma. O planejamento de um arquiteto fará a melhor composição estética incluindo todos os itens necessários ao melhor funcionamento da parte hidráulica de uma residência, edifício, restaurantes, dentre outros.

Visando introduzir esse assunto aos nossos clientes e simplificar as questões mais importantes que nos são feitas, selecionamos alguns itens que se deve levar em conta na hora da definição da caixa d’água.

Esses itens são: dimensionamento, local de instalação, altura necessária e o material de composição.

 

Dimensionamento

As bases de cáculo para as dimensões da caixa d’água se alteram dependendo da região e do tipo de uso da edificação. Em média, estimamos o consumo diário de água por pessoa em 200 litros. Ou seja, uma residência para uma família de quatro pessoas, terá um consumo de 800 litros por dia.

Fonte: Tigre
Bloco de Ensino Iparque/Unesc

Ainda, normalmente, utiliza-se uma provisão de água para consumo mínimo de dois dias. Devemos multiplicar o consumo diário por dois para se obter o tamanho ideal da caixa d’água a ser instalada. A mesma família do exemplo acima, necessita de uma caixa d´água de 1600 litros. Como veremos, dependendo do material escolhido e do fabricante, será necessário um arredondamento “para cima” para definirmos a real capacidade da caixa. Por exemplo, a caixa a ser comprada deverá ter capacidade para 2 mil litros.

 

Observe que o dimensionamento da caixa d’água já deve ser definido no início do projeto de arquitetura, pois ela irá influenciar em todo o dimensionamento da estrutura da edificação. Uma caixa de 2 mil litros, por exemplo, terá peso mínimo total de 2 toneladas (!!!).

Local de Instalação

Residencial Fernandes: Fachada Posterior

A caixa d’água deve ficar em um lugar alto. Dependendo do tipo de comando dos chuveiros e torneiras (misturadores ou monocomando), e válvulas sanitárias (“hydra” ou caixa acoplada), os fabricantes exigem uma altura mínima de 3 mca, ou seja, três metros de coluna de água. Isso deve-se a necessidade de uma pressão suficiente para um fluxo de água confortável. Normalmente, a caixa d’água faz a finalização da altura da edificação, naquilo que chamamos de “coroamento”. Por esse motivo, ela influencia diretamente os aspectos estéticos, exigindo criatividade para o seu melhor posicionamento e composição volumétrica com os telhados, chaminés, lajes, platibandas e demais elementos da cobertura. Afinal, ninguém deseja que a caixa d’água por si só defina a aparência da sua residência, se tornando um elemento pesado visualmente e que chame toda a atenção.

 

Residencial Fernandes: Fachada Principal

Ainda sobre o local a ser instalada, a caixa deve ser colocada sobre uma superfície plana, regularizada e nivelada que contemple toda a sua base, não permitindo partes sem apoio, sendo uma estrutura capaz de suportar o peso total da caixa cheia.

Outra informação importante e que muitas vezes não é levada em consideração é a necessidade de visita às caixas d’água. Por incrível que pareça, existem casos em que não há possibilidade de retirada da tampa da caixa para a limpeza interna da mesma. Ou ainda, casos em que não foi previsto o acesso de pessoas para verificação, limpeza e manutenção.

Tipos de Materiais

Biblioteca SESI/Vipel

Atualmente, existe uma variedade de materiais de fabricação das caixas d’água. Essa variedade veio facilitar muito o trabalho de definição e instalação das caixas. Além disso, reduziu-se a necessidade de manutenção e ampliou-se a vida útil das mesmas. Por exemplo, as antigas caixas em concreto, dos edifícios dos anos 70 e 80, com necessidade de barriletes, estão cada vez mais em desuso, pois necessitam de reformas periódicas e exigem mais instalações. Imagine os transtornos causados em um edifício de apartamentos com necessidade de reforma na sua caixa d’água, por conta de fissuras, vazamentos, oxidação da estrutura e criação de algas.

 

Os materiais mais utilizados na composição e fabricação de caixas d’água são:

Fibra de Vidro

São caixas leves e de fácil transporte, manuseio e limpeza. O material utilizado na fabricação é praticamento o mesmo das piscinas prontas: uma mistura de resinas e fibras de vidro. O fabricante já determina as furações padrões, não permitindo trabalhos in loco, para não danificar as paredes da caixa.

Polietileno

Fonte: Tigre
Residência Dacol

 

São de fácil transporte, manuseio e limpeza, são fabricadas com um tipo de plástico.

Esse material confere maior resistência a incidência solar, como aos raios ultravioletas.

Metálica (aço inox)

São extremamente duráveis e evitam a proliferação de microrganismos. Não trincam e são mais resistentes. Além disso, possuem um apelo estético agradável que permite a sua instalação de maneira aparente. Porém, é bem menos utilizada devido ao seu alto custo.

Fonte: Catálogo de Arquitetura

Sobre as caixas de fibrocimento, elas não vêm mais sendo utilizada, principalmente, pela adição de amianto na sua composição. (O amianto vem sendo proibido em diversos países, pelas já reconhecidas características cancerígenas). Além disso, esse tipo de caixa é bem mais frágil, sendo suscetível a trincas e quebras com muita facilidade, prejudicando o manuseio e transporte.

Observações:

Residência Luz: Fachada Principal

As caixas d’água são itens que dependem de um raciocínio muito mais complexo na obra. Por isso, é fundamental o trabalho de um arquiteto para garantir todo o funcionamento do sistema, em conjunto com uma composição ideal para a edificação. Só esse profissional é capaz de gerar tudo isso e ainda garantir que, com a obra pronta, o fluxo de água será agradável, confortável e irá suprir com as expectativas do uso.

A presença de um arquiteto na obra ainda é fundamental para garantir a perfeita estocagem e a execução de testes da caixa, evitando e verificando a existência de possíveis trincas, fissuras, ou elementos danificados.

Residência Luz: Fachada Posterior

 

Ressalta-se que nenhum dos tipos de caixa d’água aqui apresentados podem ser enterrados, por não possuírem resistência à pressão externa.

Outra ação fundamental é facilitar o acesso para a limpeza. É importante ressaltar que a limpeza de uma caixa d’água deve ser periódica – normalmente, a cada seis meses – para se garantir que o tratamento feito pela distribuidora da cidade seja compatível com a água que sai da torneira. Isso, ainda, é fundamental para se garantir a manutenção da saúde dos usuários de edificações com os mais diversos fins, como um hospital, por exemplo.

Por fim, é importante se pensar sempre no uso racional da água. Nunca este assunto esteve tão em alta, devido a escassez cada vez mais constante desse recurso dadas as estiagens prolongadas, poluição, ocupação desordenada, desperdícios e vazamentos na distribuição pelas concessionárias.

Centro Comercial AUNESC

 

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