Espaços Planejados, Por que um arquiteto?

Interiores: a importância do arquiteto

A arquitetura de interiores é ampla e envolve composição física abrangente, pois o arquiteto pensa da estruturação ao detalhe final.

Na hora de apresentar uma proposta para fechar um contrato de projeto de arquitetura de interiores, muitas vezes o arquiteto se depara com a seguinte situação: “o marceneiro falou que ele tem um projetista e não cobrará pelos projetos, apenas pelos móveis”, ou “a loja oferece um arquiteto para fazer a composição dos móveis e a paginação de cerâmicas”. Por isso, hoje vamos falar sobre arquitetura de interiores e o trabalho do arquiteto para compor ambientes internos, que muitas vezes é confundido com a atuação do decorador ou está vinculado a venda de produtos de uma determinada loja ou marca.

Quando você for em uma loja de móveis, cerâmica ou em uma marcenaria e te oferecerem o projeto, vale a pena ficar atento e não pensar apenas pelo lado financeiro. Se você está buscando uma composição abrangente, que envolva um conjunto de elementos para compor o ambiente de uma forma bem específica, prefira contratar a parte um arquiteto para fazer o projeto de interiores. Isso porque, nas lojas, o projetista acaba sendo também um vendedor, focando o projeto apenas naqueles elementos e materiais que sua empresa oferece.

Por exemplo, o marceneiro, que trabalha com madeira ou MDF, terá, obviamente muita madeira em seu projeto; na loja de revestimentos cerâmicos, não irão indicar papel de parede; ou, em uma loja que possui móveis em fibra ou aço, não recomendarão utilizar móveis em madeira. Ou seja, não se preocuparão com a racionalização e composição do espaço, bem como, questões de revestimento, iluminação, ambientação, etc.

Já ao contratar um arquiteto, o foco sairá da quantidade de objetos ou tipo específico de material e será voltado à qualidade conjunta do ambiente ou do espaço físico existente na edificação. O pensamento e o planejamento estarão abertos aos diversos e demais componentes que podem fazer parte de um projeto de arquitetura pleno, não apenas ao que pode ou não ser vendido por determinada loja, marca ou empresa.

A diferença entre um arquiteto e um decorador

Muitas pessoas acreditam que o arquiteto projeta a edificação e os interiores devem ser passados a um decorador.  Mas a formação em um curso de arquitetura permite que o profissional atue em várias áreas, incluindo a arquitetura de interiores. São exemplos da atuação do arquiteto, regulamentada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR): estudo e planejamento de projetos, execução de desenho técnico, elaboração de orçamento, padronização, mensuração e controle de qualidade, execução de obra e serviços técnicos. Seu trabalho inicia no momento em que se escolhe o terreno para a construção, ou seja, na implantação de um projeto; com parecer sobre localização, legislações idílicas e urbanas, aspectos ambientais e topográficos, entre outros. O arquiteto possui um conhecimento técnico em relação a tudo o que cerca o projeto e a obra; tendo a responsabilidade em caso de mudanças, sejam elas de construção, restauração, derrubando ou subindo paredes, colunas, acrescentando ou tirando escadas.

Além disso, a formação em diversas áreas de um arquiteto permite um bom embasamento artístico e uma visão abrangente dos espaços, que podem ser em escala urbana, de grande porte ou no interior de uma residência. A arquitetura de interiores é muito mais ampla que a decoração e envolve composição física total e abrangente. Chega ao detalhamento, mas antes disso, envolve um conjunto de elementos que irão compor o ambiente específico.

Já o decorador é aquele profissional formado (ou não) em um curso de curta duração ou é um autodidata – não há curso superior específico nem regulamentação da profissão. Suas atribuições são restritas, pois seu conhecimento sobre vários componentes de uma obra é nulo. Sua função restringe-se à escolha de acessórios, móveis ou cores sem que altere fisicamente a obra. Não pode interferir no ambiente nem mesmo no detalhamento de mobiliários. Em resumo: é um campo de atuação que não terá efeito na parte estrutural do projeto, nem na ambientação. Mas para tal, é preciso ter conhecimento, saber o que inserir no espaço, se todas essas peças, cores e formas conversarão entre si de forma harmônica, estética e complementar à obra em si.

About JULIANO DARÓS AMBONI