As fachadas ventiladas são aquelas que possuem um revestimento nas paredes com devido afastamento destas, permitindo uma ventilação constante entre o revestimento e a parede. O sistema gera uma “segunda pele” em relação a parede da fachada propriamente dita, da edificação, protegendo-a. O revestimento da fachada ventilada é fixado em uma estrutura auxiliar de alumínio ou aço, que por sua vez, está fixado na estrutura do edifício, mantendo a nova fachada afastada.
Na instalação, deixa-se uma passagem de ar, de pelo menos 25 mm na parte posterior dos painéis a fim de prevenir tensões do material, permitir a circulação do ar e evitar condensação e umidade na estrutura principal.
Esse sistema permite completa e rápida renovação do exterior do edifício. O princípio primordial utilizado na fabricação de uma fachada ventilada é seu sistema de juntas abertas. Tal sistema é o responsável por permitir que o espaço entre as placas não recebam vedação completa nas aberturas inferiores e superiores e, com isso, cria-se uma lâmina de ar na cavidade entre as duas paredes. Ou seja, acontece o efeito chaminé permanentemente.
As fachadas ventiladas são consideradas uma solução construtiva sustentável, pois combinam funções estéticas com bom desempenho térmico e acústico, contribuindo para reduzir o uso de condicionadores de ar e, portanto, de energia.
Efeito Chaminé
É quando o ar quente (mais leve) sobe, pois o ar frio (mais pesado) que está na superfície, “empurra” esse ar quente para cima. Com as abertura inferiores e superiores, o ar frio entra na fachada ventilada por baixo do sistema e empurra o ar quente para a saída superior. Com isso, não há aquecimento da face do corpo da edificação.
Tipos
As fachadas ventiladas podem ser metálicas, de laminados melamínicos (especiais para uso externo), cerâmicas, etc.
Porcelanato / Cerâmicas
As cerâmicas e porcelanatos já são materiais bastante difundidos em nosso meio. Além disso, dispõem de características bastante próprias para uso em fachadas, como a quase total inexistência de absorção de água. Ainda, as cerâmicas também apresentam uma infinidade de cores e texturas que permitem diversificar a composição das fachadas.
Vidro
O vidro também pode ser utilizado na fachada ventilada desde que atenda às normas de segurança e a necessidade de ser temperado e laminado, para evitar acidentes. Atendendo aos requisitos de segurança, o vidro torna-se resistente como qualquer outro material e traz elegância à obra. Ainda, o vidro pode permitir se trabalhar com transparências, aumentando áreas de visibilidade e a permeabilidade visual entre interior e exterior.
Madeira
A madeira também pode ser um ótimo material para a composição de fachada ventilada. As madeiras utilizadas nesses casos devem possuir propriedades de resistência a intempéries e a fungos e insetos. A madeira de demolição, que já sofreu o desgate pelo tempo pode ser utilizada nas fachadas, pode dar um toque mais rústico à edificação. A madeira é um material que deixa qualquer lugar mais aconchegante e é de fácil apropriação do usuário, remetendo à memórias de olfato e tato, com suas texturas naturais.
Metálica
As fachadas metálicas estão em voga atualmente. Isso porque dão maior sofisticação à uma edificação, trazendo uma atmosfera tecnológica e moderna tão presente na indústria, também para os edifícios e residências. A sua durabilidade e controle de produção também são atributos muito visados, principalmente naqueles locais que se quer manter por mais tempo a aplicação da fachada.
Vantagens
Fácil limpeza
Por ser composta de materiais que não absorvem água essas fachadas permitem uma limpeza pela própria água da chuva. Diferentemente das fachadas convencionais, não há absorção ou infiltração da água pelas paredes. Nesse sistema, durante a chuva, a sujeira acumulada é drenada para o sentido de coleta da água pela edificação. Ainda, normalmente, elas possuem características anti-pichação.
Facilidade de manutenção e reposição
Cada placa utilizada na fachada ventilada é independente. Isso facilita a substituição ou reposição em caso de necessidade, sem comprometer o uso rotineiro da edificação ou gerar um maior trabalho que possa comprometer o aspecto físico da fachada. Ou seja, permite rápida e completa renovação do exterior do edifício e, em caso de eventuais reformas.
Proteção à umidade
Com o “colchão” de ar gerado entre a fachada e a edificação, o vapor presente no interior das paredes tem livre possibilidade de dispersão, eliminando a umidade que poderia estacionar na fachada. Da mesma forma, o vapor de água que se forma no interior da edificação também pode ser eliminado, conservando a estrutura do edifício.
Outras vantagens são a redução do prazo de execução da obra, uma vez que o sistema já vem pronto para ser instalado e elimina a necessidade de acabamento nas paredes de alvenaria.
Este sistema também possibilita a colocação de instalações elétricas e hidráulicas no espaço criado entre a alvenaria do prédio e as placas, bem como receber tratamento anti-bacteriano.
As fachadas ventiladas minimizam o consumo de energia para o condicionamento do ar interior. A composição das peças é 100% reciclável. Na questão estética, permite utilização de cores e texturas com controle de produção e resistência à intempéries, evitando desbotamentos e envelhecimento precoce da imagem do edifício.
Indicações
As fachadas ventiladas podem ser usadas nos
mais diversos tipos de edificações:
. residencial: permite agilidade na obra e baixa manutenção;
.comercial e hotéis: agiliza a mudança de layout, facilita a comunicação visual e evita fechamento para manutenção;
. equipamento urbanos: baixo custo de manutenção;
. hospitais e clínicas: evita a proliferação de microorganismos.
Observações
O sistema de fachadas exige a utilização de mão-de-obra especializada, tanto para fabricação quanto para a montagem. As paredes que irão receber o sistema devem estar regularizadas e devidamente no prumo.
Lembre-se que é preciso ter em mente o uso, o tipo e o material da fachada ventilada, já no projeto de arquitetura. Para essa definição é essencial a presença do arquiteto que irá auxiliar na definição do projeto, mediante condicionantes como: prazo de obra; durabilidade do material; região de implantação do projeto; custo e valores de investimento; tipo de uso da edificação; o fabricante; o instalador, dentre outros critérios fundamentais. Um erro nesse momento pode comprometer toda a edificação pro anos. E isso ninguém deseja.
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