Um ambiente aberto, de livre acesso e democrático. Essa é por essência a definição de espaços públicos. Mas estes lugares são mais que isso: dão identidade a uma cidade, são onde se manifestam as trocas e relações humanas e ainda permitem conectar lugares e pessoas de todo tipo e procedência, em qualquer momento.
Além disso, quanto mais atrativos, os espaços públicos podem estimular ações positivas por parte dos moradores e promover encontros que fortalecem os laços da comunidade local. Ou seja, um bom espaço público é aquele que reflete a diversidade e estimula a convivência entre as pessoas sem esforço, que cria as condições necessárias para a permanência, que convida as pessoas a estarem na rua.
A Recta Quatro também realiza projetos para a construção de espaços públicos. Neste post, vamos apresentar as ideias de arquitetura e urbanismo para a cidade de Nova Veneza, localizada no sul de Santa Catarina.
Espaços Públicos para Nova Veneza
O município de Nova Veneza é uma das cidades brasileiras formada por imigrantes italianos. Mais de 90% da população é de descendência italiana, marcando assim, uma cultura fortemente ligada ao seu passado. As características deste povo é muito forte, estando presente inclusive no estilo de suas construções.
Os projetos da Recta Quatro valorizaram a integração com a cultura da cidade, respeitando suas tradições, mas também agregou elementos novos para estimular o uso com maior conforto e segurança. Vamos aos projetos:
Praça da Chaminé – criação de uma praça valorizando a chaminé existente, logo em frente ao centro de eventos municipal. A praça será composta por estares e passeios, áreas verdes e de contemplação, visando a aglutinação das pessoas em seu momento de lazer;
Rua Pederneiras – criação de calha para automóveis e aumento dos passeios (calçadões) para valorização do pedestre nessa importante rua repleta de casarões históricos, incentivando o seu uso gastronômico predominante, com instalação de restaurantes, cafés, bistrôs, sorveterias, etc;
Ruas do Centro e Mobiliário Urbano – as ruas do centro também receberam mobiliário com identidade renovada, ciclovias, espaços lúdicos, passeios abrangentes, limitando e reduzindo a velocidade de tráfego de veículos. Como sugestão, postes de iluminação com suporte para banners e bandeiras que valorizem e informem sobre os eventos que ocorrem na cidade; lixeiras e abrigos de ônibus. Tudo feito com materiais e técnicas construtivas simples, para não onerar o poder público.
Praça São João Batista – localizada no distrito de São Bento Baixo, que possui uma comunidade bastante grande e organizada em torno da Igreja. Ali já existe uma praça, porém, a ideia foi fazer uma grande reforma com renovação completa, inserindo atividades contemporâneas para a região, como estares, academia ao ar livre, espaço para jogos de mesa, jardins, além de se respeitar a posição de todas as árvores já existentes. Com as árvores como partido de projeto, conseguiu-se uma organização diferenciada, porém, bastante completa, visando atrair todo os tipos de público e usos existentes na comunidade, para uma vida social ainda mais intensa;
Praça Antonio Amboni – o objetivo da praça é organizar as atividades que acontecem no terreno em frente a Igreja, já que toda a vida daquela localidade converge para aquele local. Portanto, optou-se por dispor atividades para diversos públicos e faixas etárias. Ali, foram instalados playground, academia para a terceira idade, estares, jardins, além de um espaço seco que pode servir de estacionamento em dias de celebrações, como casamentos, festa do padroeiro, etc. A preocupação do projeto foi dar acessibilidade total e legibilidade à praça, então, com diferentes cores na pavimentação foi determinado o tipo de uso, local, e característica do espaço;
Praça Humberto Bortoluzzi (projeto não-realizado) – é a praça central da cidade. Está localizada junto a prefeitura e é o ponto de encontro da comunidade. Foi criado um conjunto de equipamentos e mobiliário, além de um desenho de conjunto que auxiliasse e potencializasse a junção dos usos ao seu redor, atraindo ainda mais visitantes. Projetou-se um coreto, estares, a sede da fundação de cultura, dentre outros. Os materiais utilizados são característicos da região e de simples de uso, visando o baixo custo de execução e manutenção, sem se perder o contexto arquitetônico-urbanístico de qualidade;
Pórtico de Acesso – Nova Veneza tinha apenas um pórtico de entrada, no acesso principal da cidade, através do centro. Era necessário um novo pórtico, que identificasse o acesso à cidade através do bairro Jardim Florença, pelo município de Forquilhinha. Como naquela região a predominância de colonizadores é de etnia alemã, optou-se por um desenho que remetesse à arquitetura enxaimel, presente nas primeiras edificações alemãs construídas no estado pelos imigrantes. O pórtico foi então construído com o uso de madeira e pedra arenito amarelo, remetendo à origem dos povoados daquela região;
Passarela sobre o Rio Mãe Luzia – a ideia seguiu uma composição mais aberta, com treliça de maior altura, alguns fechamentos, lembrando um vagão de trem. Assim, há ganhos em permeabilidade visual e segurança, sem comprometer a visualização da paisagem. Como efeito interno, a iluminação foi proposta para dar um efeito curioso e instigante, além de proporcionar uma passagem tranqüila durante o período noturno. No quesito segurança e conforto, sugeriu-se o uso de guarda-corpos e corrimãos para guiar as pessoas com necessidades especiais e as crianças; e ainda o uso de piso antiderrapante e piso cimentado ou placas de lajotas especiais para pisos de passeios.
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